sábado, 5 de agosto de 2006

HARD NEWS
SOFT NEWS
LIGHT NEWS


Confesso que, entre as hard news (factos), as soft news (interpretação) e as light news (fofocas e escândalos), prefiro as segundas. Os factos são relatados pelas televisão (guerra Israel-Hezbollah, atentados no metro e em autocarros em Londres, actuação de empresas e grupos económicos), mas é necessário formar a opinião pública através de análises e comentários (interpretação), como os editoriais de José Manuel Fernandes no Público e Nicolau Santos no Expresso. Mas certamente preciso também de estar atento às revistas de coração, que falam de casamentos, divórcios e nascimento de crianças nas novelas ou entre as estrelas que interpretam essas novelas; daí, comprar irregularmente as revistas cor-de-rosa e espreitar as primeiras páginas todos os dias.



Por isso, gostei de ler Paulo Querido no caderno de economia do Expresso, sobre os 15 anos da WWW (internet), a comemorar amanhã. E saudo o jornalista pela segunda semana consecutiva. Saíu do castelo que é a revista "Única", espaço de light news do semanário, para respirar, a semana passada em ensaio, esta semana em artigo factual. E também gostei de ler Ana Machado (com Julie Oliveira) no Público, ao escrever sobre as novelas juvenis e os prime-times das televisões comerciais, em estilo soft news.

Observação: apesar de levantar uma questão, há dias, sobre um trabalho produzido por Ana Machado, em termos de audiências dos jornais, tenho seguido atentamente o que ela escreve. Concluo que o Público melhorou muito na secção dos media, muito devido ao seu trabalho, em comparação com o Diário de Notícias, que perdeu fôlego desde o mundial de futebol.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Rogério, muito obrigado pela dupla citação. Li avidamente a sua crítica ao ensaio na Actual. E agora li com prazer renovado, claro.

Uma nota sobre o seu post: muitas vezes as soft news têm de preencher os vazios deixados pelas hard news e até explicar os falhanços factuais delas. A diferença entre um facto e um ponto de vista é mais ténue do que se pensa geralmente -- sendo isto particularmente verdade em tempo de guerra(s). Razão porque, como o Rogério, sou adepto das soft news.
E light só a cola cola: vivo em permanente dieta de light news, das quais sei o que vejo pontualmente e à distância nas suas capas expostas nos escaparates que antecedem as caixas os supermercados. Sinceramente: recomendo esta dieta!